A VOZ DA MINHA ALMA - O R U B O R U S

Fim de Ano.

Fim?

Oruborus, ciclo interminável...

Observar a vida ou qualquer tarefa mais complexa e longa,  sem conseguir  avistar o “fim”, só nos traz angústia, não é mesmo?

O que vem depois? Virá? Se vier estarei aqui para ver?

Se eu não vir, quer dizer que não acabou?

E se acabou? O quê?

Acabou a festa e eu fui mandada embora antes de cortar o bolo?

Eu nem vi o bolo!

Angústia da permanência.

Sofrimento à toa, que ronda as relações.

Mais um ano, quantos dias mais?

Eu vivo, eu morro, quem vai? Quem vem?

Você me ama, mas até quando?

A não! Amor é Amor...If it’s Love it’s 4 ever!

Mas e sexo, presença física, dedicação, companhia? Apoio?

Até quando eu “terei seu corpo”?

Deus! Até quando eu terei o MEU próprio corpo?

Será mesmo que eu tenho meu corpo, ou alguma vez possuí o seu, por mais juntos que eles estivessem ou por mais que eu tenha gerado o seu?

Sou dono do seu, do meu desejo?

Nunca.

Oruborus, ciclo interminável...

E Ciclo é movimento. Passagem.

Boas passagens, algumas outras nem tanto.

Hum...Depende do ponto de vista.

Ah! A vista... Eu não vejo! O Fim? Até onde?

Dá tempo? Tem prazo? Quando?

Tudo à prestação? Não posso esperar.

Qual o saldo?

Ensinei? Aprendi? Somei? Perdi?

Oruborus, ciclo interminável.

Eu-esperma-e-ovo, eu-célula, eu-sistema-pronto-para-funcionar.

Eu engatinho, engatilho, pronto: sou Jacqueline.

Eu corpo, mente, alma.

Eu-Oruborus, enchendo e esvaziando, respirando, em movimento para viver.

Até quando?

Eu pó.

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